Laqua Parla

Para que serve cada papel de sketchbook?

Foto do professor Laqua segurando um sketchbook de folhas coloridas, ao lado do título "Papel: a alma do sketchbook"

Entre as muitas características que um sketchbook pode ter, acredito que uma das mais importantes é o papel. Afinal, de que adianta ter um formato bonito e um ótimo acabamento, se ele não servir para que você pratique as técnicas que deseja? 

Cada tipo de papel é melhor para determinadas técnicas. Alguns são mais versáteis do que outros, mas nenhum serve para todas. 

Assim, na hora de escolher seus sketchbooks (já estou falando no plural mesmo, porque duvido que você queira ter apenas um), é importante que saiba como cada tipo de papel vai influenciar seus estudos. 

Cor

Vamos começar com a primeira característica que chama a atenção em um papel. Praticamente todas as técnicas (com exceção do gouache e outros materiais com alto poder de cobertura) são afetadas diretamente pela cor da folha. 

Nesse quesito, podemos dividir o papel em 6 tipos: 

  • Branco 
  • Amarelado 
  • Preto 
  • Kraft 
  • Tonado 
  • Colorido

A maior parte dos meus sketchbooks tem folhas levemente amareladas, que não afetam muito a cor do desenho e, ao mesmo tempo, suavizam um pouco o contraste. Os de folha branca são os que mais “preservam” a cor original do material. Tanto as folhas amareladas como as brancas são muito versáteis. Recomendo especialmente para aquarela. 

Papel preto é excelente para técnicas de alto contraste, principalmente se você usa tinta branca. O kraft é interessante para pastel seco e lápis de cor, porque o contraste dá uma valorizada nas cores da ilustração. 

O papel tonado (cinza quente, cinza frio, bege claro etc.) é muito bom para nanquim, porque permite que você use tinta branca para dar brilho em partes do desenho – algo que não funciona tão bem em papel branco, por exemplo. 

Já o papel colorido é um desafio à parte, porque demanda que você tenha criatividade na hora de combinar as cores. Eu tenho um sketchbook só de folhas coloridas, e em cada uma delas eu ajustei a técnica para aproveitar bem a cor de fundo. 

Ilustração feita pelo professor Laqua com base no filme ET, em papel colorido azul

Material

Essa característica afeta a maneira como a folha incorpora o material. 

Isso é especialmente importante quando estamos falando de técnicas úmidas (como aquarela e gouache), mas também precisa ser levada em conta para técnicas secas (como lápis de cor e pastel seco). 

Existem papéis que são feitos especialmente para aquarela, como os que contêm fibra de algodão. Outros, como o velour, foram desenvolvidos para pastel seco, porque suas vibras seguram bem o pó do giz. Também existem papéis especiais como o Canson The Wall, perfeitos para marcador, pois têm uma camada interna que impede o pigmento de atravessar a folha. 

Textura

A maneira como as fibras estão organizadas também afeta o pigmento. Existem papéis super lisos, como o Bristol, e também os que são bastante texturizados, como alguns de fibra de algodão. 

Tanto técnicas secas como úmidas são influenciadas pela textura do papel, e você deve ter isso em mente na hora de fazer a arte-final. Importante: se você usa marcador, dê preferência a papéis liso, porque os rugosos podem danificar a ponta da caneta. 

Ilustração de um triceratops em estilo cartum feita pelo professor Laqua em papel kraft

Gramatura

A gramatura de um papel indica o quão espesso ele é. A unidade de medida (g/m²) faz referência ao peso de uma folha de 1 metro quadrado. 

Papéis muito finos sempre têm o risco de que o desenho “vaze” para o verso. Papéis de gramatura média têm um bom custo-benefício, porque você consegue usar a frente e o verso sem se preocupar muito. Já os papéis de gramatura maior tendem a ser muito “seguros” nesse sentido, mas normalmente são mais caros. 

 

Dito tudo isso, qual é o melhor papel? Se você o artigo leu com atenção, já sabe a resposta: depende de como você pretende usar. Quer se desafiar com papéis coloridos? Gosta muito de aquarela? Pretende fazer ilustrações em marcador? 

Aposto que, agora que você sabe sobre as muitas possibilidades, vai querer ter vários sketchbooks com tipos de papéis diferentes, e praticar diversas técnicas. Isso é bom, porque, com a orientação certa, você vai poder se tornar um ilustrador versátil e reconhecido. 

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