O desafio do ilustrador é um convite mensal que eu faço pra você, ilustrador, que quer conquistar seu traço autoral, criar um portfólio rico e se destacar no mercado da ilustração. Pegue seu sketchbook e vamos às ações para setembro de 2023.
O desafio tem 4 partes:
Na parte 1 do desafio do ilustrador, a ideia é criarmos uma ilustração com base em referências. Todo mês listamos uma animação, um livro e um jogo. Para cumprir o desafio, escolha uma das referências do mês e desenvolva sua ilustração.
Estas são as orientações para fazer a ilustração do desafio do mês:
Indicar animações clássicas dos anos 80 já virou tradição aqui no desafio. Tenho quase certeza de que você já conhece As Tartarugas Ninja (que, inclusive, estão novamente em alta por conta da nova animação), mas vou resumir: Leonardo, Michelangelo, Donatello e Raphael são quatro tartarugas ninja mutantes que protegem Nova York.
Elas foram treinadas pelo mestre Splinter, um rato mutante que é mestre em artes marciais. A primeira animação faz uma mistura perfeita de ação e humor, e deu origem a filmes, jogos, brinquedos e, claro, outras animações.
Eu adoro esse desenho. Não é à toa que batizei de Mestre Splinter a Turma 16 do Mestre Ilustrador.
Que tal refazer os personagens no seu próprio estilo? Ou criar uma quarta tartaruga ninja?
Existem jogos fáceis, jogos difíceis, jogos muito difíceis… e existe Megaman. O primeiro jogo da franquia criada por Keiji Inafune é um desafio até para os mais veteranos.
Controlando o robô Megaman, você precisa passar por seis fases, enfrentar seus respectivos “chefões” e ainda superar vários estágios antes de encarar o Dr. Wily, o último “chefão”. Além da dificuldade (e da diversão), Megaman se destaca pela variedade de personagens, que é uma fonte de inspiração valiosa para qualquer ilustrador atento.
O design de cada “chefão” é inspirado em seu poder (como força, gelo, corte e eletricidade). Analisar estas soluções gráficas vai ajudar a aumentar seu repertório – e a criar seus próprios personagens temáticos.
Escrito há quase 160 anos, esse clássico da literatura inglesa é mistura imaginação, nonsense e poesia. Muita gente o conhece por causa da animação da Disney, de 1951, mas há diversas outras adaptações, cada uma com suas particularidades.
Em sua jornada pelo País das Maravilhas, Alice conhece uma série de personagens bizarros e memoráveis, como o Chapeleiro Maluco, o Coelho Branco, a Rainha de Copas, o Gato de Cheshire, a lagarta Absalom, o Dodô… Quantos deles você consegue colocar em uma ilustração?
É importante para o seu desenvolvimento como ilustrador profissional que você assista boas animações. Todo mês eu dou dicas de referências clássicas e, também, que fazem parte do mercado independente.
Quando assiste uma animação, você amplia seu repertório. Vai conhecer grandes mestres e animações independentes para enriquecer sua cultura e sua percepção.
Nisso, você se desenvolve para criatividade e para técnica e tem mais bases para criar seu traço autoral.
Apesar da premissa fantasiosa (com robôs se rebelando contra a humanidade), Família Mitchel e a Revolta das Máquinas é uma animação com a qual muita gente vai se identificar: uma família que estava se distanciando por problemas de comunicação precisa se unir para vencer um desafio maior.
Os personagens são parcialmente inspirados na família do diretor, Michael Rianda, em um belo exemplo de transposição da realidade para a ficção. O estilo da animação em si é um show à parte, e eu falei sobre isso recentemente aqui no blog.
Assista, divirta-se e analise a obra com seu olhar de ilustrador!
Os anos 70-80 foram complicados para a Disney, que estava com sérias dificuldades para manter seu departamento de animação ativo. Com A Pequena Sereia, porém, eles conseguiram se reerguer e entrar no que ficou conhecida como a Renascença da Disney.
Essa versão da história de Ariel, a sereia que sonhava em conhecer o mundo da superfície, foi um sucesso absoluto de bilheteria, e encanta as pessoas até hoje. Se você assistir, vai entender exatamente o porquê.
Nas mãos de um ilustrador, qualquer coisa pode virar um personagem. Até mesmo conceitos abstratos como o Dia e a Noite. Neste curta-metragem da Pixar, a equipe não se limitou a criar dois personagens divertidos: há uma mistura de animação tradicional e digital para alcançar efeitos únicos.
Dia e Noite começam se estranhando, mas pouco a pouco desenvolvem uma amizade e, ao final, trazem uma bela mensagem para o público.
Um bom ilustrador precisa de referências. Ler livros das mais diversas áreas, observando o trabalho de outros ilustradores, é essencial para ampliar seu repertório. Isso também qualifica sua entrega ao discutir um projeto com clientes após o briefing.
Você pode encontrar os livros sugeridos em sebos como os do site “Estante Virtual”.
Um dos livros mais célebres de Roald Dahl, A Fantástica Fábrica de Chocolate conta a história de Charlie, um garotinho pobre que, ao ganhar um bilhete premiado, tem a chance de visitar uma incrível fábrica de doces – criada e comandada por Willy Wonka, que é ao mesmo tempo genial e excêntrico.
Outras crianças participam da visita, junto com seus pais, só que, ao contrário de Charlie, elas são muito mal-criadas… e acabam se dando mal por causa disso. De uma maneira divertida, claro.
O livro foi muito bem ilustrado por Quentin Blake, que conseguiu capturar o espírito da narrativa. A história traz boas lições sobre comportamento e virtude, e mantém a gente preso até a última página.
Como é uma leitura tranquila, pode ser interessante você ler em inglês, para colocar em prática a parte 4 do desafio.
Acho que todo mundo já viu/ouviu/falou por aí citações de O Pequeno Príncipe, mesmo sem ter lido o livro. Isso é uma prova do alcance dessa fábula, escrita pelo aviador Antoine de Saint-Exupéry.
Nela, um príncipe que morava em um pequeno planeta sai em uma jornada e encontra personagens muito peculiares – incluindo o próprio autor do livro.
É uma obra para ser lida com calma, para realmente “entrar” na história. Curiosidade: a edição mais conhecida foi toda ilustrada pelo próprio Saint-Exupéry, com um traço ao mesmo tempo simples e vivo.
Uma ilustração, ao contrário de um desenho, conta histórias. Pode ser a de um único personagem, a de uma família, de um povo, de um planeta… Aprender a criar histórias, portanto, é uma habilidade crucial para que você se torne um grande ilustrador.
Em Story, o autor Robert McKee explora os princípios fundamentais da narrativa em diversas mídias. É o tipo de estudo que recomendo a todos os meus alunos.
Estudar inglês é a “meta contínua” do desafio. Existe uma infinidade de material muito rico que só está disponível em inglês – assim, aprimorar seus estudos no idioma vai ajudar a expandir seus horizontes de ilustrador profissional.
Entre as muitas maneiras de estudar inglês, eu recomendo que você use aplicativos como o Duolingo e o Busuu. Sem custo, você tem acesso a exercícios educativos muito interessantes para expandir seu vocabulário e seus conhecimentos de gramática em inglês.
Pratique com disciplina e constância, e com o tempo o inglês vai se tornar um segundo idioma pra você.
Eu adoro saber que você está fazendo o desafio do mês. Se estiver assistindo uma animação, lendo um livro ou fazendo sua ilustração, faça uma foto e publique no seu feed ou nos stories e marque a #desafiolaquasetembro
Vamos lá, mão à obra!
Professor Laqua
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