Ilustração: do hobby ao profissional
O Rei Leão, esse grande clássico da Renascença da Disney, pode trazer lições valiosas para ilustradores. E não falo apenas de questões técnicas (como design de personagem, storytelling, aplicação de cores, criação de cenários): falo de lições de vida.
Lições sobre medo, coragem, tentações e superação.
Lições que podem ajudar você a entrar em movimento e se tornar um ilustrador profissional. Duvida? Eu vou te mostrar.
Ilusão perdida
No começo do filme, o Simba é puro otimismo. Está empolgado com a ideia de se tornar rei, achando que vai ser apenas diversão e brincadeiras. É perfeitamente natural, porque ele ainda não conhece muito bem a dureza da vida. Seu pai, Mufasa, serve como guia e modelo de vida, mas não tem como fazer milagre.
Nessa fase, o Simba é como o ilustrador que está dando os seus primeiros passos, super animado com a possibilidade de viver de algo tão divertido. Ele olha para grandes ilustradores com admiração, pensa “algum dia quero ser assim“.
Aí, por causa de um ou de vários eventos da vida, ele percebe que não é tão fácil.
Que o caminho é longo e, às vezes, assustador. Que é preciso dominar fundamentos da ilustração como forma, movimento, composição, arte final e domínio das cores… O Mufasa teve que superar muitos desafios pra chegar aonde chegou.
Nesse momento, a ilusão de que o caminho é fácil é perdida. E vem a vontade de desistir.
Fora o tio Scar (quem não tem um na família?) que fala que o mundo da ilustração não é para ele. E acaba desistindo.
Hakuna matata
O sonho de chegar longe, de ser um ilustrador profissional (ou, no caso do Simba, de ser rei), pode até não morrer, mas é deixado de lado. Influenciado pela promessa de uma vida fácil, o ilustrador que pode se tornar profissional corre o risco de se acomodar, de viver apenas copiando desenho dos outros, de só ir atrás de jobs primários.
O Timão e o Pumba podem se dar ao luxo de dizer “hakuna matata” (“sem problemas”) porque, afinal de contas, eles não tinham a pretensão, o desejo ou o potencial de se tornarem reis. Mas e o Simba? Ele queria ser rei, sim. Só que se acomodou.
Talvez ele precisasse desse tempo para amadurecer. O problema é que ele deixou o medo e a preguiça soterrarem seu potencial. Chegou ao ponto de esquecer quem ele era: filho de Mufasa e futuro rei.
Quantos ilustradores não caem nessa tentação? Esquecem o sonho de conquistar um lugar no mercado, de evoluir e serem reconhecidos pelo seu profissionalismo e pela sua competência. Deixam o tempo passar e se acomodam, por tempo indefinido, no hakuna matata.
A retomada do sonho
Em O Rei Leão, quem provoca o Simba a sair do comodismo é, primeiro, a Nala. Ela dá uma “sacudida” nele.
Mas não é o suficiente, porque ele continua com medo, sem confiança, inerte.
Entra em cena o Rafiki, que faz o papel de mestre. Em uma das cenas mais bonitas do filme, ele ajuda o Simba a se lembrar de quem ele é, e do que precisa fazer. “Olhe pra dentro de você: você é muito mais do que pensa que é”, diz Mufasa ao seu filho, em um misto de sonho e aparição. “Você tem que ocupar o seu lugar no Ciclo da Vida”.
Encorajado e cheio de convicção, Simba sai da inércia, entra em movimento e transforma em realidade o seu potencial.
Ele encara seus medos e se coloca à prova. E conquista seu lugar. Com ação.
Se continuasse copiando e ouvindo os elogios de suas cópias, ilustrador algum jamais seria capaz de criar suas próprias ilustrações. Jamais desenvolveria seu traço autoral.
Esse tipo de realização está ao seu alcance também, ilustrador. Clique aqui para entrar em movimento e conquistar seu sonho de se tornar um ilustrador profissional, reconhecido e valorizado por seu traço autoral.
